terça-feira, 20 de julho de 2010

ALCOBAÇA PALCO DE HISTÓRIA DE AMOR

Considerado um dos mais importantes mosteiros de Portugal, a Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça – fundada em 1178 - é com certeza um dos lugares mais fascinante que eu já pude conhecer.


A obra em estilo gótico possui uma arquitetura ímpar, com traços e formas gerais que dão aos visitantes uma gostosa sensação de espiritualidade, leveza e paz. Por essas e outras razões é que o local foi classificado pela Unesco como patrimônio mundial

Durante o passeio pude observar atenta os detalhes do local, como por exemplo, o pórtico de entrada ladeado pelas esculturas de São Bento e Bernardo, a ampla cozinha revestida de azulejos com fogão em pedra, mesas e pias enormes, o que me fez pensar na quantidade de refeições em que eram servidas e nas inúmeras experiências de receitas de pudim de ovos, uma das delícias da nossa atual gastronomia, e que naquela época eram constantemente testadas. Os dormitórios e as salas de capítulos também não passaram despercebidos.

O mais impressionante do passeio em torno do Mosteiro de Alcobaça foi ver os jardins muito bem preservados e conhecer o claustro de D. Diniz, o sexto rei da primeira dinastia, e os túmulos de D. Afonso II, D. Afonso III e de D. Pedro e Inês de Castro protagonistas de uma das mais trágicas e belas histórias de amor.

Vale a pena conferir:

PEDRO E INÊS

O príncipe D. Pedro (1320-1367), casado com D. Constança Manuel, perde-se de amores por uma das criadas de sua mulher, a espanhola Inês de Castro. Após a morte de D. Constança, o rei assume publicamente o seu amor por D. Inês, passando a viver maritalmente com esta que gerou seus três filhos.


A relação entre os dois nunca agradou ao pai de D. Pedro, o rei D. Afonso IV, que em 1335 condenou à morte, D. Inês por traição ao reino.


Após subir ao trono D. Pedro I levou a cabo a missão de vingança, condenando com violência todos os culpados e envolvidos na morte da sua amada, decretando mesmo depois de morta, D. Inês como rainha de Portugal.


D. Pedro ordenou a construção do seu túmulo e da sua amada, transladando os restos mortais de D. Inês para o Mosteiro de Alcobaça, constituindo hoje uma das maiores esculturas tumulares da Idade Média.

O Rei determinou no seu testamento que, quando chegasse a sua morte, os túmulos deveriam ser colocados de modo a que no dia do juízo final, quando os dois apaixonados ressuscitassem, se olhassem olhos nos olhos.

Hoje em dia estes túmulos são visitados por muitos apaixonados, muitos no próprio dia do casamento, dizendo-se que quem jura fidelidade a este amor, vê a eternidade do seu próprio.